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Estado dobra Valor Bruto da Produção Agropecuária e lidera queda no desmatamento da Amazônia Legal, segundo MapBiomas e INPE
Redação, Porto Velho (RO), 15 de julho de 2025 – Em um cenário nacional ainda polarizado entre produção e preservação ambiental, o estado de Rondônia desponta como exemplo de equilíbrio entre desenvolvimento econômico e responsabilidade ecológica. Dados do MapBiomas e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostram que o estado conseguiu reduzir em mais de 80% a área desmatada nos últimos seis anos, enquanto dobrou o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), que ultrapassou os R$ 32 bilhões em 2025.
Com essa performance, Rondônia torna-se destaque no Brasil não apenas como produtor expressivo de alimentos, mas também como referência em governança ambiental no coração da Amazônia.
O melhor resultado ambiental da Amazônia Legal
Entre agosto de 2023 e julho de 2024, Rondônia foi o estado da Amazônia Legal que mais reduziu o desmatamento, com queda de 62,51%, segundo dados do INPE. O resultado supera outras unidades federativas tradicionalmente afetadas pelo avanço do desmate, como Pará, Amazonas e Mato Grosso.
A área desmatada caiu de 123 mil hectares em 2019 para apenas 21 mil hectares em 2024. A façanha é considerada por especialistas uma vitória importante no contexto do Acordo de Paris e das metas brasileiras para redução das emissões de carbono.
“Esse avanço é reflexo direto da política pública de valorização da floresta em pé e do uso racional da terra. A fiscalização aumentou, mas também capacitamos produtores e valorizamos tecnologias que permitem produzir mais sem desmatar,” afirmou Marco Antônio Lagos, secretário estadual de Desenvolvimento Ambiental (Sedam).
Produção recorde e salto no VBP
O avanço ambiental de Rondônia não significou estagnação econômica. Ao contrário: o setor agropecuário do estado bateu recordes sucessivos de produção, especialmente em cadeias como bovinocultura, soja, milho, café e piscicultura.
O Valor Bruto da Produção Agropecuária cresceu quase 100% desde 2019, saltando de aproximadamente R$ 17 bilhões para mais de R$ 32 bilhões em 2025, conforme dados da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri).
Esse crescimento é atribuído à tecnificação no campo, políticas de crédito rural, incentivos à regularização fundiária e diversificação da produção, com menor pressão sobre áreas de floresta nativa.
Governança e tecnologia como pilares
Entre as principais estratégias adotadas por Rondônia para esse desempenho duplo — de produtividade e preservação — estão:
- Monitoramento remoto por satélite em parceria com o INPE e o Batalhão de Polícia Ambiental;
- Educação ambiental nas escolas e comunidades rurais;
- Programa de regularização fundiária e zoneamento ecológico-econômico (ZEE);
- Apoio a práticas sustentáveis, como agricultura de baixo carbono, reflorestamento e silvicultura;
- Sanções rigorosas contra crimes ambientais, com maior integração entre órgãos estaduais e federais.
“Nada disso acontece da noite para o dia. É fruto de um trabalho articulado entre Estado, produtores e sociedade. Rondônia mostra que é possível sim crescer com responsabilidade,” declarou o governador Marcos Rocha.
Reconhecimento nacional
O desempenho chamou a atenção do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, que reconheceu oficialmente Rondônia como o estado que mais reduziu o desmatamento na Amazônia Legal no período analisado. A pasta vê o modelo rondoniense como potencial referência para outros estados amazônicos, especialmente diante dos compromissos climáticos internacionais assumidos pelo Brasil.
O desafio de manter o equilíbrio
Especialistas alertam, no entanto, que o desafio agora é manter o ritmo de redução do desmatamento sem retrocessos, especialmente diante da pressão do mercado global por commodities e da vulnerabilidade política de legislações ambientais.
Para isso, será essencial manter investimentos em inovação tecnológica, ampliar a rastreabilidade da cadeia agropecuária e fortalecer o diálogo entre desenvolvimento rural e proteção ambiental.
Rondônia: Amazônia que produz e preserva
O caso de Rondônia representa uma virada de chave no debate sobre o futuro da Amazônia: não se trata mais de escolher entre floresta ou lavoura, mas sim de conciliar as duas de forma inteligente e ética.
Com um modelo que une fiscalização rigorosa, políticas públicas bem desenhadas e adesão dos produtores, o estado mostra que a Amazônia também pode ser sinônimo de eficiência, produtividade e sustentabilidade — e que a floresta pode ser aliada do agronegócio, e não sua vítima.
RANKINGS DE CADEIAS PRODUTIVAS
- Maior produtor de Tambaqui do Brasil, maior produtor de peixes nativos nacionalmente e 5º maior produtor de peixe de cultivo (criados em viveiros ou tanques) do país – 56.900 toneladas;
Fonte: Anuário Peixe BR 2025
- Maior produtor de café da Região Norte e o 5º maior do Brasil – mais de 2,8 milhões de sacas de café robusta;
Fonte: IBGE
- Maior produtor de rebanho bovino da região Norte e 6º maior do Brasil – com mais de 18 milhões de cabeças;
Fonte: Idaron-RO
- Maior produtor de leite na região Norte e 10ª maior do Brasil – com produção diária de p 1.492.314 litros;
Fonte: Idaron-RO
- 2º maior produtor de cacau da Região Norte e 4ª posição no ranking nacional – mais de oito mil toneladas de amêndoas secas por ano;
Fonte: IBGE
Fonte: noticiastudoaqui.com