Publicidade

BARROSO EM PALIMIÚ - Presidente do STF diz aos Yanomami que expulsar garimpeiros é respeito aos direitos indígenas e à humanidade

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, visitou a região de Palimiú, na Terra Yanomami, e afirmou que povos indígenas são ‘guardiões da floresta’.

Presidente do STF, Luís Roberto Barroso é relator da ADPF 709, uma ação que tramita no STF e pede pela proteção dos indígenas. Foto: Tribunal de Justiça do Estado de Roraima

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, visitou no domingo (14) a região de Palimiú, na Terra Yanomami, em Roraima, e afirmou que a retirada de invasores e garimpeiros da região foi uma medida “em respeito aos povos indígenas” e também de “interesse da humanidade”.

O Grupo Rede Amazônica teve acesso com exclusividade a um vídeo que mostra o trecho da fala de Barroso durante a reunião com os indígenas. O vídeo foi enviado pela Hutukara Associação Yanomami.

  • “Hoje é um dia para nós comemorarmos o fato de que conseguimos retirar quase a totalidade dos invasores de toda a extensão da Terra Yanomami. Foi isso que nós pudemos fazer em respeito aos direitos de vocês e em nome do Estado brasileiro”, declarou Barroso em discurso feito aos indígenas.

O ministro destacou ainda a importância da floresta amazônica para o mundo e o papel das comunidades indígenas na preservação ambiental.

  • “As comunidades indígenas como os Yanomami são os guardiões da floresta. Nós preservamos as comunidades indígenas, primeiro por interesse de vocês legítimos e também porque há um interesse da humanidade na preservação da floresta”, disse.

Barroso afirmou que a Corte seguirá acompanhando a situação. Luís Roberto Barroso é relator da ADPF 709, uma ação que tramita no STF e pede pela proteção dos indígenas e medidas para a retirada de garimpeiros da Terra Yanomami.

Publicidade

“Portanto, nós vamos lá em Brasília continuar atentos. Há aqui um pelotão de fronteira que também tem atuado intensamente para evitar a volta dos garimpeiros. Mas acho que hoje, com muita felicidade, eu venho aqui para comemorar esse momento de desintrusão”, declarou.

Durante a visita do Presidente do STF, o vice-presidente da Hutukara Associação Yanomami, Dário Kopenawa, reforçou a preocupação com o retorno de garimpeiros e pediu mais proteção do Estado.

  • “Quando deixar de funcionar a ADPF 709, com certeza eles vão subir de novo. Essa é a nossa maior preocupação. Nossas crianças já morreram durante os sete anos de invasão na nossa terra. Chega de morrer nossas crianças, chega de violência contra as mulheres, chega de água poluída de mercúrio. Nós não queremos mais isso. Queremos ser protegidos como a Constituição garante”, disse Dário.

Publicidade

A comunidade de Palimiú está localizada às margens do rio Uraricoera, distante cerca de 200 a 260 km de Boa Vista. A região foi palco de episódios graves de invasão, violência e risco para os indígenas devido à presença de garimpeiros ilegais.

Em maio de 2021, houve um ataque com tiros de garimpeiros, com embarcações que dispararam contra a comunidade. Idosos, mulheres e crianças tiveram de fugir quando começaram a atacar.

Visita do presidente do STF ao território

O presidente do STF foi ao território para ver o avanço no combate ao garimpo ilegal em terras indígenas. Quando chegou em Roraima, foi recebido pelo xamã Davi Kopenawa e pela presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas, Joenia Wapichana.

Há décadas, o território é alvo do garimpo ilegal, que contamina os rios e afeta diretamente o modo de vida dos Yanomami. A região está em emergência de saúde desde janeiro de 2023, quando o governo federal começou a criar ações para atender os indígenas, como o envio de profissionais de saúde e cestas básicas, além da retirada de garimpeiros.

“A autoridade que mora longe da nossa floresta Yanomami, veio para visitar, olhar a realidade, para ver se está dando certo ou não. Em 2023 e 2024, morreram muitos parentes, nossas crianças… chega de morte. Por isso estamos aqui com o ministro, ele que manda o pessoal tirar o garimpo. Não está resolvido ainda”, declarou Davi Kopenawa.

A Terra Yanomami é o maior território indígena do Brasil com quase 10 milhões de hectares entre os estados do Amazonas e Roraima, onde está a maior parte. Cerca de 32 mil indígenas vivem na região, em 392 comunidades.

Nessa segunda-feira (15), o ministro seguiu agenda em Boa Vista e com apresentação das ações executadas no plano de desintrusão do garimpo ilegal, na Casa de Governo.

(portalamazonia)



Publicidade

Noticias da Semana

Publicidade

Veja +

Publicidade
Conteúdo Patrocinado