Confúcio – um oponente que incomoda

Bastou o ex-governador de Rondônia, Confúcio Moura, ter seu nome confirmado em convenção partidária para disputar uma das duas vagas para o Senado que dois de seus mais ferrenhos adversários – um com assento na Câmara Federal e outro no Senado -entraram em desespero e partiram para o ataque. Unidos nas críticas, os adversários não escolhem hora nem lugar para investirem contra o ex-governador. Seja da tribuna, seja nas comissões permanentes, Confúcio tem sido alvo preferencial da artilharia inimiga.
A turma do quanto pior melhor teve tempo suficiente para denunciar eventuais erros cometidos na administração Confúcio, inclusivecobrar providências dos órgãos de fiscalização, mas, estranhamente, preferiu deixar para abrir o bico agora, a poucos meses das eleições?Por quê? A resposta é por demais óbvia. Confúcio incomoda. Afinal, ele não é um politico neófito, um marinheiro de primeira viagem. O ex-governador já mostrou que tem cacique eleitoral para fazer borrar nas calças qualquer competidor que se atreva a entrar no ringue para desafiá-lo.Além do mais, não se atiram pedras em árvores estéreis. Só as frutíferas são apedrejadas e, quanto mais carregadas, mais pedras são lançadas.
Confúcio é um político sutil. E a sutileza é uma arma mortal. Erra, pois, quem pensa que ele vai entrar no jogo de seus algozes. Pelo contrário, ele vai se organizar, se preparar, se fortalezar, para, no desenrolar da batalha eleitoral, atacar os pontos fracos de seus oponentes. O povo, ao contrário do que pensam muitos políticos, não está interessado nessa maneira anacrônica de fazer política. Ele exige de seus representantes soluções para os problemas do dia-a-dia, nunca buscar irresponsavelmente agravá-los, por simples ambição, recalques e ressentimentos. Essa gente deveria aproveitar melhor o tempo dado por Deus para buscar a concretização das grandes aspirações comuns da sociedade que lhes outorgou mandatos. A população de Rondônia certamente saberá reagir, firme e consciente, contra a politicagem nefasta.
Escrevendo assim, pode até parecer ao leitor desavisado que sou partidário ou cabo eleitoral de Confúcio. Ledo engano. Como cidadão, Confúcio tem lá seus defeitos, pois só Deus é perfeito. Sua administração cometeu pecados. Até porque não há obra humana perfeita. Nada, porém, capaz de macular a sua biografia. Injustiça, contudo, seria não reconhecer seus méritos. Afinal, ninguém chega ao posto de governador duas vezes por acaso. Isso depois de passar pela prefeitura de uma das mais importantes cidades do interior do Estado e pela Câmara Federal. Agora, se há algo que me deixa extremamente desconfortável, é ver falsos vestais da moralidade apontando o dedo na direção de adversários.
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