Game of Thrones: reuniões dramáticas e brigas inúteis marcam 1º episódio
O primeiro episódio da última temporada de GoT foi rápido, mas intenso. Confira os detalhes:
São Paulo – Enquanto a Gabriela da Casa Ruic estiver de férias (são só duas semanas – infelizmente para ela e felizmente para o blog), eu, Tamires da Casa Vitorio, farei os dois primeiros recaps da oitava e última temporada de Game of Thrones. Bom, vamos lá?
Mais certo do que a chegada do Inverno, novamente os assinantes da HBO Go tiveram problemas para assistir à série. Minutos antes de o episódio começar, o aplicativo começou a apresentar instabilidade e os fãs não pouparam críticas nas redes sociais. O blog tentou contato com a assessoria de imprensa, mas, até o momento da publicação desta resenha, não tivemos uma resposta.
O alívio para quem não conseguiu assistir por meio do serviço de streaming da HBO foi o fato de os canais da marca estarem abertos para a estreia. Para as outras semanas, no entanto, fica a dúvida: será que, pelo menos na última temporada, o app funcionará melhor ou continuará a dar trabalho?
Passado o nosso lembrete, vamos ao que importa. Atenção: os próximos parágrafos contém um nível alto de spoilers sobre o primeiro episódio da oitava temporada, intitulado “Winterfell”.
O episódio começou com a contagem regressiva do top de 8 segundos. Com frames das temporadas passadas até o momento em que os caminhantes brancos conseguiram derrubar a Muralha, o ritmo adotado pela série na sétima temporada mostrou que veio para ficar. Muita coisa em pouco tempo e viagens que parecem feitas por teletransporte. Enquanto Robb Stark demorou horrores para chegar a Porto Real e acabou morrendo antes (RIP), Jon, Daenerys e Jaime foram do mesmo destino para Winterfell talvez rápido demais.
Na primeira cena, já estamos em Winterfell e vemos a chegada esperada de Jon e Daenerys pelos olhos de uma criança. No meio da trupe, está Gendry e o Cão-de-caça. A cena passa rápido e em poucos segundos estamos dentro de uma carroça com Tyrion e Varys conversando sobre eunucos a anões. Uma conversa que nos lembra como são realmente os personagens e que como, afinal de contas, algumas coisas nunca mudam.
Enquanto isso, do outro lado de Westeros, Cersei continua seguindo seu caminho insano, mas até mesmo lógico de alguma forma. Comparada com o Rei Louco por diversos fãs, a Lannister mostra que, embora tenha semelhanças com o Targaryen, foi quem mais aprendeu com o pai, Tywin Lannister.
Em seus trejeitos e decisões há algo remanescente de Tywin, algo que nem Tyrion e nem Jaime conseguiram ter. Mais para o meio do episódio, isso fica ainda mais claro. O senso de justiça de Cersei existe, claro, mas é deturpado à sua maneira. Ah, e tente contar quantas taças de vinho ela bebe por minuto (são muitas, claro).
O prêmio de cena mais emocionante do episódio talvez fique para o tão esperado reencontro de Arya e Jon. A sensação confortante de um abraço entre irmãos (ou nem tão irmãos assim) mostra como a união dos dois se manteve firme apesar dos pesares. O toque cômico da cena ocorre quando o mais velho pergunta para Arya se ela já usou Agulha alguma vez porque isso mostra, mais uma vez, como Jon Snow não sabe de nada.
Inclusive, palmas para Maisie Williams e para a equipe de produção da série, porque ela conseguiu ficar a cara do Ned Stark (e o penteado igualzinho, não aguento). Outro ponto para essa mesma cena foi Jon afirmando que Sansa se acha mais inteligente do que todo mundo quando a Lady Stark desconfia de Daenerys – ao que Arya responde: “ela é realmente uma das pessoas mais inteligentes que eu conheço”.
A importância dessa cena (e do crescimento da Sansa como um todo) é inegável. Enquanto Jon e Tyrion estão comemorando um exército grande e os dragões em Winterfell, Sansa se preocupa com a alimentação de seu povo e dos animais. Afinal de contas, de que adianta um exército faminto?
Foi também nesse momento que senti falta da forma como Daenerys costumava ter longos e impactantes discursos. Quando Sansa pergunta o que os dragões comem, a nascida da Tormenta apenas diz que “eles comem o que querem”. Ficou um gostinho de quero mais.
Continuando do ponto em que Jon – ainda sem saber de muita coisa – abre mão, oficialmente, do título de Rei do Norte e, novamente, Lyanna Mormont surge para questionar os problemas de governo de Winterfell. A menina não veio para brincadeiras e isso fica mais claro a cada episódio em que ela aparece.
Uma coisa que ficou parecendo um pouco um plot hole foi quando Daenerys comenta com Jon que os dragões não estavam se alimentando bem e, em vez de procurar algo para eles comerem, ambos saem para dar uma voltinha de dragão. Qual o sentido de fazer os bichinhos se exercitarem se eles estão famintos? Acho que nunca saberemos.
Ah, e aquela cena dos dois na cachoeira vale uma revirada de olhos bastante intensa. Clichê e cansativa, deu até vontade de fingir que não vi (não sei como os dragões conseguiram ficar olhando).
Incestuosas e apressadas, as teorias de que Jon e Daenerys ficariam juntos já existem há bastante tempo e confesso que eu, logo que comecei a assistir, achei que seria uma boa ideia. Davos Seaworth também, pois, parece querer que Tyrion convença os dois pombinhos a se casarem uma vez que a Guerra acabe.
Já Euron Greyjoy parece ter um pingo de sensatez. Quando Cersei diz que se casará com ele somente quando tudo acabar, ele sabiamente afirma que guerras podem durar anos.
A rainha Lannister ficou decepcionada com o fato de que, mesmo trazendo homens e cavalos, ninguém teve a capacidade de levar um elefante para ela. Qual é a graça de um exército sem elefantes? A mulher é um mistério.
Enquanto o Greyjoy-tio brinca de casinha com a rainha, Theon salva Yara. Sinto um arco de redenção chegando para o menino Theon, uma vez que ele optou por ir ao norte e lutar ao lado de Daenerys e Snow, enquanto Yara voltou para as Ilhas de Ferro. Para quem leu os livros, isso foi simplesmente a coisa mais Theon que o personagem poderia fazer.
Quando Jorah e Daenerys se encontram com Sam, a cena que poderia ser fofa acaba em lágrimas. Sam é facilmente o personagem mais adorável de todo o universo de GoT e não merece sofrimentos (mas sabemos que nem a vida e nem a guerra dos tronos são boazinhas assim).
Enquanto ele corre para chorar sozinho por motivos que não vêm ao caso agora, Bran está lá (ele está sempre lá, aliás, no maior estilo de Every Breath You Take, do The Police), e diz que o Tarly deve contar a Jon a história de sua verdadeira origem. Então ele o faz (sim, rápido assim, porque agora é dessa forma que as coisas acontecem).
Nas criptas dos Stark, Sam manda o papo reto para Jon, que fica embasbacado. Parece um pouco idiota da parte de todos estarem se preocupando com reis e rainhas quando a ameaça fora dos portões é muito maior do que saber quem seria eliminado no paredão: Jon ou Daenerys. Problemas acontecerão no paraíso e acredito que podemos ir tirando o dragão da chuva porque tio e sobrinha não voarão mais nos céus frios de Winterfell tão cedo (eu ouvi um amém?).
Vale citar também o momento no qual Tormund e Beric Dondarrion encontram o pobrezinho Lorde Umber em uma situação que marca a chegada dos caminhantes brancos definitivamente. E o encontro de Gendry e Arya foi outra cena que ficou facilmente marcada em minha cabeça como uma das melhores. Quando ele a chama de milady (um flashback da terceira temporada) corações explodiram em todo canto do mundo.
Outra reunião que pode facilmente entrar no top 10 de encontros de Game of Thrones é a de Jaime e Bran. Enquanto o blog reclamou do ritmo acelerado da série, não podemos negar que o detalhe da barba mais comprida de Jaime foi bastante interessante.
O primeiro episódio da última temporada de Game of Thrones, em geral, foi muito melhor do que alguns que tivemos na sétima. Embora pareça ter sido mais curto do que habitualmente, ajudou a matar as saudades (que, sabemos, serão longas como a noite depois de que ficarmos órfãos de GoT).
Fonte: Veja.abril
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