Porto Velho não é uma mera abstração

ColunistaValdemir Caldas

A campanha eleitoral é uma dessas oportunidades periódicas que deveria ser acompanhada com especial interesse por todos os eleitores, pois, através dela, podemos conhecer as intenções daqueles que se dispõem a representar-nos nos palácios e nas casas legislativas.

O desfile dos candidatos, o falar, o gestual, tudo isso pode até parecer bonito para muita gente, mas dificilmente conseguirá esconder do eleitor atento as verdadeiras intenções de cada um deles.

A maquiagem produzida por especialistas do ramo é capaz de tornar bonito o que é feio; afável o que é grosseiro; coletivo o que é individualista; democrático o que tem um pé do autoritarismo, enfim, pode até corrigir pequenas imperfeições, mas não resiste quando colocada em teste na ação do dia a dia.

Se observarmos com mais cuidado alguns dos que se nos apresentam como eventuais candidatos nas próximas eleições, seja para a prefeitura de Porto Velho, seja para a Câmara Municipal, chegaremos a descobertas impressionantes.

Por isso, muita atenção. Muitos chegam com o sorriso de orelha a orelha, dando tapinha nas costas e chamando você de meu amigo, sem, contudo, nunca tê-lo visto. Eleitos, desaparecem como fumaça, quando não passam a cuidar de seus próprios e inconfessáveis privilégios, mandando às favas os interesses da população.

Não se esqueça de que, diante das câmaras de televisão, tudo é possível. E os candidatos sabem disso. Por isso, cabe ao eleitor a tarefa de ficar atento para perceber e ter a exata dimensão do que ele realmente deseja dos concorrentes.

Ignorá-los, porém, nunca foi e, jamais, será o melhor dos caminhos. Por Velho não é uma mera abstração, um lugar imaginário, uma espécie de ilha da fantasia, mas o lugar com o qual nos identificamos e pelo qual precisamos lutar contra as forças do atraso, que teimam em mantê-la com os olhos postos no passado.