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Histeria dos urubus.

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ColunistaRudiney Prado

Temos uma pandemia mudando a rotina e a paisagem do planeta, todo mundo sabe. Agora tivemos a primeira morte confirmada no Brasil: um homem de 62 anos morreu em São Paulo. O Covid-19, já está matando por aqui, a despeito da falta de cuidado do nosso presidente, que no último final de semana se refestelou no mau exemplo com manifestantes em Brasília.

O mito tirou fotos de rosto colado, pegou na mão dos manifestantes. Mitou e é claro, de novo, chocou.  Não é pra menos. Já foram confirmados 14 casos de infectados pelo Coronavírus, entre os membros da comitiva que esteve com Jair Bolsonaro na visita ao Estados Unidos. Tão importante quanto evitar a transmissão da doença, tratar e isolar as pessoas atingidas pelo novo Coronavírus é evitar que maus exemplos de todo o tipo se tornem também uma pandemia. Um deles é a síndrome de urubu.  Sabe aquela história de que enquanto uns choram, outros vendem lenços?  O mesmo vale para lenços, máscaras e álcool gel.

Tivemos um bom exemplo desse péssimo exemplo vindo do país visitado pelo Presidente.  No último sábado, ficamos conhecendo a história do norte-americano Matt Colvin, que acumulou 17 mil garrafas de álcool em gel para vendê-las  a preços abusivos na internet. O Americano foi denunciado pelo próprio site de vendas e, impedido de vender os produtos, acabou confessando seu ato vergonhoso. Para ficar melhor na foto, entregou tudo para doação. A pergunta que não quer calar: será que por aqui, na terra da lei do Gerson, haveria essa confissão pública e esse arrependimento, seguido da doação?

Tomara que sim. Mas há sinais que a síndrome de urubu já está se espalhando numa velocidade muito maior que a pandemia pela terra do pau brasil.  Numa coisa o nosso mandatário está certo: há uma histeria no caso do Coronavírus. Mas ela está não no cuidado, mais que necessário no controle e prevenção para não propagação do vírus. Essa histeria está no senso de oportunidade exacerbado de parte muitos comerciantes brasileiros. Exacerbado é eufemismo. É um senso de oportunidade criminoso. É aquela ocasião que faz o ladrão. Itens mais demandados como máscaras e álcool gel já tiveram um aumento de 300%. Nem nos países mais afetados isso aconteceu. A velocidade de expansão do Coronavírus pelo mundo afora é grande, mas nada que se compare à velocidade com que esses comerciantes foram infectados pela ganância. E o Governo que Federal o que está fazendo para combater a histeria por lucro?

Ao que se sabe não se tomou nenhuma medida para evitar a especulação. Não há nenhum controle, nenhuma fiscalização por parte do governo. Onde estão os nossos parlamentares, tão caladinhos, medo do Corona?  O que podem fazer os governos estaduais e municipais para evitar que o consumidor seja esfolado? E não são apenas os itens ligados à prevenção do novo Coronavírus que estão pela hora da morte.

Você já notou o preço nos supermercados? No momento que as reuniões, festas, eventos, shows foram proibidos e que o consumo interno e externo caí vertiginosamente, o que justifica o aumento dos preços de praticamente todos os itens. Pude ver isso no açougue. Será que a arroba do boi está subindo?  Ou é só mais um estouro da boiada dos exploradores. Num momento como esse deveria imperar a solidariedade espontânea, seria lindo vermos mais humanidade nas relações comerciais. Se elas não se dão por civilidade, por senso de cidadania é necessário uma medida para acabar com a histeria dos urubus. Olha aí uma boa oportunidade para o Mito melhorar seus índices de aprovação. Sem ofender ninguém, sem dar mau exemplo. Basta controlar os preços e evitar que essa a especulação torne mais penosa a vida dos brasileiros, talvez ganhe alguns pontos, merecidos.

Rud Prado


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