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Qual deveria ser o salario mínimo nacional no Brasil?

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ColunistaAroldo Vasconcelos

Em janeiro eu fiz uma enquete em vários grupos do whatsapp que participo, perguntando às pessoas de todas as classes sociais e atividades, inclusive servidores públicos e empresários, sobre, dentro de uma possibilidade de unificação do valor bruto do salário mínimo nacional, qual seria um justo valor que atendesse às necessidades de uma família de 04 (quatro) pessoas na atualidade.

Uma questão simples que causou debates em pelo menos três dos grupos onde rolou essa enquete.

Antes de continuar, gostaria de informar aos leitores dessa coluna que o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos- DIEESE, com sede em São Paulo, faz pesquisas socioeconômicas há mais de 40 anos, sendo a mais conhecida aquela pesquisa do acompanhamento mensal dos preços relacionados com o custo da cesta básica alimentar em todo o país.

De acordo com essa agência o salário mínimo ideal para que uma família de quatro pessoas pudesse se sustentar deveria ter sido de R$ 5.304,90 em dezembro de 2020.

Pois bem, na enquete realizada por mim, vi alguns mencionar que seria muito bom unificar os salários em um mínimo nacional, mas que não fosse superior a 2.000 (dois mil reais), outros declararam que o aumento dado, em janeiro, pelo governo federal para os R$ 1.100,00 é aquilo que o trabalhador brasileiro pode receber dado ao momento de crise, outros ponderaram sobre os custos embutidos pelo governo que prejudica as empresas; vi  alguns poucos defender um salário mínimo unificado nacional de 3 mil ou 4 mil para as despesas de uma família de quatro pessoas.

Na verdade muita discussão, mas em dois dias de minha insistência na pesquisa informal, recolhi de apenas 27 pessoas os dados que precisava.

E, olha, como é um tema realmente que demanda muita discussão, o valor apontado pela maioria desse pequeno universo pesquisado chegou ao valor de R$ 1.640,00 (Um mil, seiscentos e quarenta reais) para contratos de carteira assinada para 30 dias e 200 horas de venda do tempo de trabalho.

Isso nos diz muito sobre o conceito que temos de valor para o trabalho dos outros.

Traz à baila várias questões que precisam ser debatidas no Brasil como o valor unificado mínimo da hora de trabalho que, certamente poderá, com legislação própria, ser detalhada para as diversas categorias de serviços especializados e aqueles ditos operacionais como na indústria da construção civil ou na indústria naval. Mas é certo que precisamos melhorar esse valor e mais ainda, melhorar as perspectivas.

No Brasil de hoje, um casal de trabalhadores que estejam com carteira assinada recebendo o salário mínimo, e, onde tenham apenas dois (02) filhos e nenhum agregado, é certeza que fazem milagres com R$ 2.200,00 em um mês.

Não precisa muito para ter essa certeza, basta somar as contas de água, energia elétrica, despesas com transporte, saúde, alimentação, gás, educação, diversão e muitas vezes aluguel e comunicação (celulares e internet).

Sobra ansiedade e aumenta a pressão. Não é mesmo?

Muitas pessoas realmente hoje estão adormecidas em seus próprios problemas e não conseguem ver as dificuldades e as dores do outro.

Há também, por parte da classe politica e dos governos; e incluo aqui ainda os célebres e falantes idealistas da justiça e os defensores de uma república forte, com ordem e progresso, que recebem salários mensais superiores a 40 ou 50 mil reais que possam descer de suas escadas sociais ao menos para observar a bomba relógio que é suprimir o direito de consumo de uma massa de quase 28 milhões de trabalhadores do meio rural e da vida da cidade.

A década que passou foi marcada por uma elevação nominal dos ganhos do salário mínimo no Brasil por apenas 04 anos, sendo que as relações internacionais e as mudanças de cenários deu força ao dólar e com esse referencial, o poder de compra das classes sociais da  base da pirâmide caiu.

Entre 2017 e 2020 muitos perderam não só percentuais desse poder de compra, mas o próprio emprego, mesmo que o governo e suas agencias possam de vez em quando modificar as formulas de calcular o chamado emprego flutuante, entre outras denominações acadêmicas, a realidade nos diz simplesmente que é preciso cuidar melhor do poder de compra e consumo dos trabalhadores.

Precisamos de uma economia que defina claramente os conceitos do jogo econômico e onde o Estado reduza sua presença em atividades não estatais e que realmente promova reformas em sua plataforma fiscal; precisamos que a União  foque seus esforços em quatro ou cinco politicas públicas efetivas que tragam resultados para o seu povo, caso contrário, viveremos sempre do irresponsável marketing politico, empurrando soluções para os próximos 48 meses.

Graça e Paz.

Por Francisco Aroldo, economista.

Conselheiro no CORECON-RO


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