O homem ganhou mais uma no STF

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      ColunistaValdemir Caldas

      Por 7 votos a 4, o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou o juiz Sergio Moro suspeito para julgar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no processo do apartamento triplex, no Guarujá, avaliado em R$ 2 milhões. Meses de trabalho simplesmente foram jogados no lixo por causa de conversas ilegais. Esse é o Brasil que muitos desejam, onde tornou-se natural admitir que, se o semelhante comete um crime, ao invés de merecer castigo, deve ele ser imitado. Definitivamente, as porteiras da moralidade (com as devidas exceções) foram arrancadas, permitindo, assim, a passagem da boiada da corrupção, da malandragem e da esperteza. Fazer o quê?

      Mantida a suspeição do juiz Moro, o processo contra Lula segue para a Justiça Federal do Distrito Federal. E o mesmo deverá acontecer no caso do sitio de Atibaia. Essa, sem dúvida, era a decisão mais esperada pelos amigos, correligionários, aliados e simpatizantes do petista. A partir de hoje, Lula está livre para, eventualmente, disputar a presidência da República em 2022. Aliás, ele já está em plena campanha. Até parece que Lula já sabia da decisão do STF. A maré anda tão boa para o petista, que seus advogados já pensam em pedir a suspensão de todos os processos contra ele. Isso significa que, até um novo julgamento, muitos dos crimes pelos quais é acusado já terão prescritos.

      Lembrando que os investigadores terão que começar da estaca zero, uma vez que as provas anexadas ao processo contra o petista não poderão ser, digamos assim, reutilizadas. O cidadão comum, que vive na corda bamba, sem ser malabarista, que acorda às 5h, todos os dias, para ir ao trabalho, depois de esperar uma hora ou mais numa parada de ônibus, e andar mais uma hora num coletivo apertado, igual sardinha em lata, deve estar se perguntando até que ponto vale apena ser honesto num país como o Brasil, diante de tantos arreganhos, praticados sob os olhares velados de uma minoria que não apenas torce, mas luta diuturnamente para transformá-lo numa cubata.

       (*) Por Valdemir Caldas


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