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Pesquisa do Instituto Locomotiva do Rio de Janeiro

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ColunistaAroldo Vasconcelos

Foi divulgada no mês de abril passado uma pesquisa do Instituto Locomotiva, com sede administrativa na cidade do Rio de Janeiro, a respeito dos impactos para a classe média brasileira com um ano de pandemia mundial de COVID 19 e seus reflexos no país.

A pesquisa em estilo quantitativa nacional ouviu 1.620 pessoas que deram suas respostas via chamada telefônica dirigida a 72 cidades brasileiras em todos os estados da federação.

Como critério de renda familiar per capita, o Instituto estabeleceu como classe média aquelas famílias que recebem ao mês entre R$ 2.971,37 até R $7.202,57  entre os membros no seu somatório.

A pesquisa foi desenhada para medir após 12 meses de pandemia no Brasil alguns dos seus efeitos econômicos nessas famílias e poderá servir como ponto de partida para políticas públicas dos governos em nível federal, estadual e nos diversos municípios.

É fato que as nações que melhor se organizarem com campanhas de orientação, vacinação e legislações relacionadas com as manifestações do vírus nessa crise internacional de saúde pública, serão aquelas que podem reduzir ainda em 2021 os efeitos danosos para as famílias, suas receitas e seus futuros.

A classe média no Brasil, de acordo com o IBGE, PNAD 2011, PNAD continua e POF, é composta em 2021 por 100 milhões de brasileiros, ou seja, 47% da população atual.

Segundo a pesquisa aqui referenciada, mais de 5 milhões saíram desde março de 2020 dessa classe social e econômica.

Nesse cenário, vemos que 19% das famílias da atual classe média (pós pandemia, ou em pandemia de curso) estão sobrevivendo com menos da metade da sua renda familiar do início do ano passado e registram mais de 54 milhões de consumidores com pelo menos uma de suas contas em atraso desde janeiro de 2021.

Segundo a mesma pesquisa, 58% da classe média recorreu desde maio/junho de 2020 a bicos para complemento de renda ou precisou vender algum bem. E 68% dos trabalhadores formais no Brasil se declararam na pesquisa com medo de perder o emprego em 2021.

O Instituto Locomotiva também registrou que 23% dos integrantes da classe média saiu do seu plano de saúde e que 35% dispensou empregados domésticos ou babás e ainda que 18% transferiu em 2021 seus filhos para a rede pública de ensino.

Outras pesquisas precisam ser realizadas para que ao final deste primeiro semestre possamos vislumbrar novos números e análises econometrias que sirvam de alerta para a classe política para o fato da necessidade de promover amplos debates no congresso e nas câmaras municipais e nas assembléias legislativas para sanar ou reduzir esses impactos nefastos para a manutenção das rendas das famílias.

Digo isso porque apenas o debate político antecipado das eleições de 2022 não deveriam ser unicamente o que ocupa as agendas de tantos líderes e gestores públicos; afinal de contas esses mesmos localizam-se, em termos de renda familiar mensal, quase todos na Classe A da tabela de valores de renda média domiciliar do IBGE, o qual registra o valor de R$ 20.643,77 e acima.

Mais uma vez é preciso tocar no assunto de que os brasileiros que se consideram da classe econômica mais alta ou que são de fato ricos e prósperos, sendo de dever e de ofício, servidores públicos, possam trabalhar nessa crise em favor do coletivo e não, apenas e exclusivamente, sobre e em cima de seus interesses privados momentâneos.

O melhor sentimento e a melhor prática, realmente patriota, requer unidade, planejamento técnico e lideranças comprometidas com a solução desses e de outros problemas do nosso cotidiano.

Graça e Paz.

Por Francisco Aroldo, economista

Conselheiro no CORECON de Rondônia


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