Navios do país persa receberam luz verde do Brasil para atracar no Rio de Janeiro no mês passado, entretanto, mudança de data requerida por Teerã feita em conjunto à consulta paralela sobre viagem de Lula aos EUA fez governo brasileiro mudar de ideia.
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Apesar de ter liberado navios de guerra do Irã de atracarem no Rio de Janeiro em meados de janeiro, o governo Lula decidiu voltar atrás e vetou a entrada das embarcações após analisar que uma nova data pedida por Teerã para atracação dos navios poderia ser uma provocação aos Estados Unidos.
De acordo com a Folha de São Paulo, a primeira data pedida pelo governo iraniano para passagem era dos dias 23 a 30 de janeiro, e o Irã recebeu o sinal verde da Marinha e do governo brasileiro para que viesse ao território brasileiro.
Entretanto, "não houve atracação no referido período [de 23 a 30 de janeiro]", segundo comunicado da Marinha, e Teerã pediu uma nova data para passagem dos navios de guerra Dena e Makran.
O governo iraniano então fez uma nova solicitação oficial para que os navios pudessem atracar no Rio. Ao jornal, o Itamaraty disse que a nova data acertada seria de 26 de fevereiro a 3 de março, sob a justificativa da celebração dos 120 anos das relações diplomáticas entre Brasil e Irã.
No entanto, outra consulta em paralelo foi feita pela República Islâmica para saber se Brasília aceitaria antecipar a passagem dos navios para esta semana, e que uma oficialização do pedido pelo lado iraniano seria somente feita em caso de resposta positiva.
Diante do contexto, relata a mídia, conselheiros de Lula avaliaram que o gesto seria uma provocação do Irã aos EUA, elaborada para coincidir com a reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva Lula e Joe Biden que acontece hoje (9) em Washington. Sendo assim, a possibilidade de conceder a autorização foi descartada.
As autorizações para entrada e atracação de navios estrangeiros são concedidas oficialmente pela Marinha brasileira, que cuida de questões logísticas, mas elas só são confirmadas após negociações entre a força e o ministério de Relações Exteriores.
De acordo com fontes da Marinha, o espaço para as embarcações iranianas já estava designado pelo porto do Rio, local onde as embarcações abasteceriam e a tripulação passaria alguns dias pela cidade.
Depois de atracar por um breve período no Brasil, as embarcações de guerra iranianas – com uma delas portando mísseis e canhões navais – seguiriam para uma missão no Canal do Panamá.
(sputniknews)
