O mar, o rochedo e o marisco | Notícias Tudo Aqui!

O mar, o rochedo e o marisco

Compartilhe:
ColunistaValdemir Caldas

O fracasso da greve dos agentes penitenciários em Rondônia deixa margem a uma série de interpretações. Tanto se podem analisar aspectos ligados à difícil situação dos que prestam trabalho à máquina oficial, quanto apreciar a estratégia adotada pela direção do movimento.

Seria preciso muita distância da realidade, para prever o êxito do movimento grevista. Não é preciso ser especialista em sindicalismo, sequer um perito em politica, para considerar que nenhuma greve prescinde de alto grau de mobilização e engajamento do segmento funcional.

Por mais que os problemas do cotidiano se avolumem e prejudiquem diretamente os trabalhadores, tem-se verificado no Brasil que isso não basta para fazer eclodir vigoroso movimento social. De outro lado, o paternalismo ainda presente na grande maioria das instituições e as diversas práticas de cooptação concorrem para que as dificuldades do dia a dia sejam enfrentadas de maneira diferente.

Longe de mim, contudo, pretender condenar o caráter da greve.  Afinal, a revisão salarial é um imperativo constitucional e um direito do trabalhador, assim como a manutenção de benefícios conquistados, à duras penas, ao longo de seguidos anos, mas, na pior das hipóteses, parece-me que houve açodamento por parte dos organizadores do movimento, conquanto haja quem prefira dizer que faltou habilidade aos representantes da categoria durante o processo de negociação com o poder executivo.

Resultou provado que bater de frente com o governo não foi a melhor opção para os organizadores do movimento. Por conta disso, a consequência não poderia ser outra: o monumental fracasso em que se transformou o movimento paredista. A vaca foi para o brejo. Difícil, agora, será retirá-la.

É hora de todos colocarem de lado eventuais diferenças, sentarem-se à mesa, e buscarem não o que parece ser o melhor para um dos lados, mas para a população, sem dúvida, a maior prejudicada na queda de braço entre governo e sindicato. No final de tudo isso, fica a máxima segundo a qual, na luta do mar contra o rochedo, que leva a pior é o marisco.

 

 


 Comentários
Noticias da Semana
Dicas para te ajudar
TV Tudo Aqui