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Ipam: Impossível não se preocupar

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ColunistaValdemir Caldas

Exageros à parte, não é nada tranquilizador saber que uma das mais importantes conquistas dos servidores públicos do município de Porto Velho está prestes a fechar suas portas, por motivos suficientemente conhecidos da opinião pública. Anuncia-se a suspensão dos serviços médicos, hospitalares e laboratoriais, prestados pelo Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores Públicos do Município de Porto Velho – IPAM. A inadimplência vem obrigando profissionais e hospitais conveniados a suspenderem o atendimento. É o que se poderia chamar de “efeito dominó”. Para muitos servidores, a opção tem sido procurar o sistema público de saúde, que, por sua vez, também vai de mal a pior.

A decadência dos serviços médicos, hospitalares e laboratoriais oferecidos pelo Ipam começou muito antes de o prefeito Hildon Chaves chegar ao palácio Tancredo Neves. Foi quando alguém teve a ideia macabra de permitir a filiação de comissionados à Assistência Médica. Não quero com isso dizer que eu sou contra comissionado ou quem quer que seja. Pelo contrário, conheço muitos comissionados, profissionais sérios, responsáveis e da mais alta competência, que foram punidos sem culpa, com a exclusão da Assistência Médica, ficando os culpados sem punição, mas a verdade é que o Ipam foi criado pelo então prefeito Chiquilito Erse para atender, exclusivamente, aos servidores efetivos, pois esse sempre foi o seu desejo.

Há informações de que comissionados teriam usado e abusado do Ipam, realizando exames de alta complexidade e procedimentos cirúrgicos caríssimos, para si e seus dependentes, depois, foram exonerados, deixando despesas colossais, que o Instituto tenta receber na Justiça. Só um assessor parlamentar deixou mais de cento e cinquenta mil reais espetado no caixa da Assistência Médica. A situação poderia ser pior se o prefeito Hildon Chaves não tivesse excluído os comissionados da Assistência Médica. Infelizmente, ele tomou a decisão muito tarde, quando a vaca já tinha indo para o brejo.

Ninguém fala que, em 2010, no governo do petista Roberto Sobrinho, os poderes Executivo e Legislativo suspenderam, por força de Lei Complementar, pelo período de sete meses, o repasse patronal de sete por cento da contribuição da Assistência Médica. Restar saber se esse dinheiro foi repassado ao caixa do Instituto.

Essa não é a primeira vez que a Assistência Médica do Ipam ameaça soçobrar. O momento é de reflexão. Reflexão que poderá modificar o comportamento de políticos e administradores da coisa pública. Já passou da hora de essa gente se preocupar mais com aquilo que realmente interessa à população – no caso específico, o destino de um dos maiores patrimônios dos servidores municipais, o Ipam - que com seus pequenos e transitórios interesses. Sem isso, maiores probabilidades terão as ameaças de transformar-se em dura e inevitável realidade. O prefeito Hildon Chaves tem sua parcela de culpa no episódio, mas não é justo jogar apenas em seus ombros a responsabilidade pela situação de penúria pela qual passa a Assistência Médica do Ipam.


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