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O desespero de quem depende de transporte coletivo em Porto Velho

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ColunistaValdemir Caldas

Fossem poucas as dificuldades que as classes mais pobres enfrentam em sua luta diária pela sobrevivência, a elas ainda são acrescentadas outras, facilmente evitáveis. Pressionados pela majoração sucessiva dos artigos de primeira necessidade, enquanto os reajustes salariais não conseguem acompanhar o ritmo frenético das máquinas remarcadoras, os segmentos mais desvalidos vão sendo levados a uma situação de completa desesperança.

Enquanto isso, os que deveriam fazer a sua parte no sentido de buscar soluções consistentes à resolução dos problemas contra os quais se debate a sociedade, permanecem deitados em berço esplêndido. Assim, vai à população pouco a pouco perdendo o ânimo e admitindo apenas vegetar. Difícil, destarte, consolidar-se no espírito dos indivíduos o verdadeiro sentimento de cidadania.

Ainda que os problemas que atinjam a coletividade e impõem exercício criativo ao poder público sejam complexos e envolvam múltiplas causas, não há como admitir ação que mais agrava as dificuldades e aprofunda a crise. Não são poucas, porém, as ocorrências que revelam a insensibilidade de agentes públicos, nem está se exerce de maneira a deixar isentos dos malefícios os mais carentes.

A questão do transporte coletivo em Porto Velho diz bem dessa prática. Entra prefeito, sai prefeito, e a situação só piora. Mauro Nazif consumiu a paciência da população durante quatro longos anos empurrando o caso com a barriga. Mesmo assim, ainda ganhou um mandato de deputado federal. O prefeito Hildon Chaves vai deixar a prefeitura sem conseguir resolver o problema, enquanto o usuário continua sendo apenado periodicamente com a majoração das tarifas, andando em ônibus velhos e sujos, arriscando a própria vida, numa situação verdadeiramente desesperadora.


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