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Solidariedade a quem precisa

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ColunistaValdemir Caldas

Nesses termos de pandemia, quem você acha que realmente precisa de solidariedade: quem prometeu comprar milhares vacinas para imunizar a população, mas, até hoje, não cumpriu a promessa, ou aqueles que perderam seus familiares e amigos para o maldito covid-19? A resposta, de tão óbvia, parece-me supérflua.  Solidarizar-se é apoiar alguém num momento difícil. É expressar ou manifestar uma vontade de ajudar o próximo com gestos concretos. Esse é o conceito de solidariedade encontrado em todos os dicionários da língua portuguesa.

Infelizmente, há os que preferem, por motivos que só Deus e eles conhecem, inverter o processo natural das coisas, isto é, declarando apoio a políticos mentirosos. Conhecendo o perfil dos que assim procedem, não é preciso muita engenhosidade para saber o porquê da decisão. Enquanto isso, pessoas continuam morrendo e as milhares de doses de vacinas não chegam.

Mas sempre foi assim. E sempre será. O povo só é lembrado e exaltado no período eleitoral. Pena que muita gente ainda não aprendeu a lição, insistindo nos mesmos erros. No próximo ano, haverá eleições. Quero ver com que cara essa gente vai bater na porta do eleitor para pedir o seu voto. Recomendo que se comesse pelos lares daqueles que perderem familiares e amigos na luta contra o vírus. São essas e tantas outras pessoas, que padecem nos leitos dos hospitais, que estão precisando não apenas de solidariedade, mas, principalmente, de vacinas, as quais já deveriam ter chegado, não fossem a incúria, o desrespeito pela vida humana e a má vontade de muitos que nos governam. É provável que eles e seus familiares até já tenham sido imunizados. Então, por que se preocupar com o povo?

Politizar-se, é a palavra-chave. Quando o povo não tem consciência dos seus deveres e direitos como cidadão, quando ele não procura politizar-se mais e saber usar essa politização de modo consciente, deixando-se seduzir pelo canto de sereia de políticos mentirosos, o resultado é sempre desastroso. Aí, quando o barco começa a afundar, não adianta desesperar-se, tampouco chorar sobre o leite derramado. Solidarizo-me com aqueles que realmente precisam.

Por Valdemir Caldas


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