Geraldo Alckmin, o rival que virou companheiro!
Depois de muito refletir cheguei à conclusão de que Lula está certo na sua aliança com o ex-tucano de carteirinha e antipetista Geraldo Alckmin. Esse negócio de voltar à cena do crime, não passou de um mal-entendido, que ficou no passado. Jamais passou pela cabeça de Alckmin magoar Lula ou quem quer que seja. Saiu sem querer. Pura força de expressão, apesar de a Bíblia ensinar que a boca fala do que o coração está cheio. Mas, enfim, casamento celebrado. E ponto final. Não se fala mais sobre isso. Prevaleceram os mais altos interesses públicos. O resto, só não enxerga quem não quer, coisa de primarismo, que chega às raias da burrice ou, no mínimo, da mais absoluta estupidez.
Agora, o importante é unir forças, juntar as experiências acumuladas de um e de outro, buscando, acima de tudo, o bem-estar da população brasileira e o enriquecimento do processo democrático. Afinal, Lula e Alckmin são duas lideranças políticas, conquanto postadas em campos ideologicamente diametralmente opostos. Quanto a isso, nada mudou, cada um continua pensando e agindo à sua maneira, inspirados numa visão social e de país com diferenças abissais.
O brasileiro, por tradição, é muito imaginativo. Às vezes, criamos situações e formulamos hipóteses muito distantes da realidade, sendo curioso destacar nossa fantástica capacidade para enxergar o que não existe ou o que jamais existirá. E aí, nesse universo mais ou menos próximo da ficção, passamos a moldar nossos interesses em cima de fatos que só existem nas nossas mentes, como está acontecendo agora, em torno da aliança politica entre Lula e Alckmin, quando todo mundo sabe que eles não fizeram nada de errada, nenhum acordo que não pudesse ter sido celebrado à luz do dia, nada ficou escondido da opinião público, tudo foi feito às claras, completamente diferente da velha política do “é dando que se recebe”.
É preciso que uma coisa fique bem claro: Lula continua sendo Lula, e Alckmin continua sendo Alckmin. Nada mudou entre eles, ninguém renunciou um milímetro sequer em suas convicções ideológicas. Não houve nenhuma negociação politica que, eventualmente, pudesse implicar para ambos no rompimento de suas posições pessoais e partidárias. Há um ambiente de cooperação entre eles. E isso é o que importa. Deixemos que eles sigam juntos, até que a vaidade os separe, pois é disso que se nutre a politica nacional. Não é sem motivo que, frequentemente, somos alvos de chacota por parte de outras nações, como o país que não leva nada a sério, principalmente, no campo político, onde as mais escandalosas bizarrices acontecessem.
Por Valdemir Caldas
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