
Redação, Porto Velho (RO), 20 de novembro de 2025 - A 1ª Vara de Garantias de Porto Velho (RO) determinou, no dia 4 de novembro, a aplicação de medidas cautelares contra o vereador Everaldo Alves Fogaça, em investigação por supostas intimidações a jornalistas e testemunhas.
Segundo o Ministério Público de Rondônia, Fogaça teria adotado “condutas intimidatórias sistemáticas”: relatos denunciam ligações insistentes, ataques via redes sociais e tentativas de interferir nas investigações sobre a destinação de verbas publicitárias do governo estadual.
Entre as vítimas listadas, está o jornalista Paulo R., que afirmou ter sido ameaçado pessoalmente pelo vereador em uma reunião na Prefeitura, em 29 de agosto. Durante o encontro, Fogaça teria mencionado a possibilidade de assassinato do filho de Paulo, o que elevou o tom das acusações para além de mero constrangimento.
Outros depoimentos citados na decisão judicial são os de Ícaro R. S. Giselle Furtado, Renan Fernandes, Ivonete Gomes e Gerson Barbosa Costa — todos afirmam ter sofrido “intimidação direta” ou ataques em redes sociais relacionados às apurações.
As medidas determinadas pelo juiz Leonardo Meira Couto incluem:
- Proibição de qualquer contato, direto ou indireto, de Fogaça com as testemunhas e vítimas citadas;
- Obrigação de manter pelo menos 300 metros de distância dessas pessoas;
- Proibição de usar redes sociais, aplicativos de mensagem ou veículos de comunicação para se referir a eles ou aos fatos investigados;
- Advertência de que o descumprimento dessas medidas pode levar à prisão preventiva.
O juiz justificou a decisão com base em “fortes indícios” de que as ações do parlamentar representam risco à integridade psicológica das testemunhas e ao andamento das investigações. Segundo ele, o uso repetido de redes sociais para atacar e deslegitimar depoimentos configura “grave ameaça à ordem pública”. Também chamou atenção para o episódio em que Fogaça teria mencionado tragédias pessoais do jornalista como forma de intimidação.
As medidas têm prazo inicial de seis meses, mas podem ser revisadas com o desenrolar do processo. Por tramitar sob segredo de Justiça, detalhes específicos da investigação e documentos não foram tornados públicos.
Este caso reforça a preocupação institucional em proteger o livre exercício da imprensa e garantir que testemunhas e jornalistas atuem sem receio de retaliação, sobretudo quando a investigação envolve figuras políticas.
Fonte: noticiastudoaqui.com