QUADRILHA DO INSS - Quase certa a suspeita de envolvimento de senador do MA com o 'Careca" do INSS no roubo dos aposentados

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Em meio às investigações que visam desarticular supostos esquemas de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), uma nova peça entra no tabuleiro: a revelação de ligações entre um senador federal e o principal operador do que passou a ser chamado de “careca do INSS”.

O parlamentar Weverton Rocha (PDT-MA) e o lobista Antonio Carlos Camilo Antunes — o “Careca do INSS” — usaram o mesmo jato particular em diferentes momentos.

Os fatos divulgados

  • A aeronave em questão é um Beech Aircraft modelo F90, de prefixo PT-LPL, avaliado em cerca de R$ 2,8 milhões.
  • Segundo registros da ANAC, o jatinho foi adquirido em janeiro de 2022.
  • Documentos obtidos por investigadores teriam demonstrado que Antunes usou o avião em pelo menos duas ocasiões (2 de fevereiro e 13 de julho), partindo de São Paulo.
  • Por sua vez, o senador Weverton teria desembarcado na mesma aeronave entre 1º e 15 de setembro no aeroporto de Brasília.
  • A empresa Air Connect S/A, formalmente proprietária da aeronave, está registrada em nome de Joelma dos Santos Campos, esposa do advogado Erik Marinho, defensor de Antunes na Justiça.
  • Marinho também é apontado como amigo ou aliado político de Weverton, e já foi chamado pelo senador de “amigo advogado”.
  • O advogado alega que o uso da aeronave configura “uso compartilhado” e afirma que “empresta” o jato ao senador em algumas ocasiões, cobrando apenas despesas — mas nega que se trate de uma locação comercial.
  • Sobre Antunes, Marinho confirma que ele teve acesso à aeronave mediante pagamento, mas diz desconhecer pessoalmente o lobista e não se recordar exatamente como concedeu o uso.
  • Também é levantada a possibilidade de conexões adicionais: um ex-assessor de Weverton, Gustavo Marques Gaspar, teria assinado uma procuração para que Rubens Oliveira Costa, apelidado de “homem da mala” de Antunes, movimentasse recursos da empresa GM Gestão Ltda.
  • Antunes foi preso em 12 de setembro pela Polícia Federal. Ele é apontado como peça central no esquema de desvios de recursos do INSS estimado em R$ 6 bilhões.
  • Hoje (data da publicação) está prevista sua oitiva pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no INSS.

Reações e posicionamentos

  • Ao ser questionado, Weverton Rocha admitiu ter recebido Antunes em seu gabinete e participado de evento social (descrito como “churrascão”) com o lobista.
  • Sobre o uso da aeronave, o senador afirmou ter “pegado carona” no jatinho e negou ter viajado junto com Antunes. Ele afirmou ainda que seus deslocamentos ocorrem “dentro da absoluta normalidade”.
  • Weverton condenou as tentativas de vincular seu nome ao caso, dizendo que não compactua com desvios do INSS.

Pistas de investigação

Essa reportagem, se confirmada, pode gerar várias linhas de apuração:

  1. Trajetos e registros de voo — cruzar manifestos de voo, dados da ANAC e registros da própria aeronave para confirmar datas, horas e passageiros.
  2. Documentação contábil e financeira — verificar pagamentos feitos à empresa proprietária, movimentação da conta da Air Connect S/A ou da empresa ligada ao jatinho.
  3. Relações de procuração e poder de movimentação — aprofundar a ligação entre o ex-assessor de Weverton e operadores do esquema, bem como verificar transferências e procurações.
  4. Controle do acesso aos autos da investigação — o fato de Erik Marinho ter procuração para atuar no caso pode permitir acesso a informações sensíveis que devem ser avaliadas por investigadores.
  5. Auditoria de interesses políticos e patrimoniais — verificar se há enriquecimento incompatível ou favorecimento direto ou indireto em licitações ou concessões.

Contexto e repercussão

Essa acusação aparece em um momento delicado para o Congresso, com ampliação das investigações federais sobre redes de corrupção e ataques frequentes à credibilidade da política. A possível confluência entre um parlamentar de foro privilegiado e operadores de um grande esquema federal pode provocar repercussão política intensa, além de questionamentos sobre imunidade, prerrogativas e mecanismos de fiscalização.

O “Careca do INSS” é apontado por autoridades como peça-chave no desvio de recursos destinados a aposentadorias e benefícios. Se comprovada a conexão com um senador, isso ampliaria ainda mais os alvos com foro especial da operação, forçando deslocamentos da investigação para instâncias superiores, como o Supremo Tribunal Federal (STF).

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Fonte: noticiastudoaqui.com


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