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Enquanto o novo Plano Diretor não sai do papel, a cidade continua acéfala

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ColunistaValdemir Caldas

Acredite ou não, mas Porto Velho já teve um Plano Diretor. Foi elaborado, discutido e aprovado na primeira gestão do prefeito Chiquilito Erse. Um documento extenso, com vários volumes, uma verdadeira radiografia da cidade, com propostas de planejamento e reordenamento urbano que deveriam se projetar ao longo dos anos.

Chiquilito Erse foi um administrador que via além do seu tempo. Por esse e outros notáveis trabalho teve o reconhecimento da população de Porto Velho. Pensou no futuro do município e, consequentemente, no bem-estar de sua população, entregando-se a um projeto dos mais arrojados e sérios, cuja realização envolveu técnicos experientes, vindos da Universidade de São Paulo, uma das instituições mais conceituadas e respeitadas do país.

Trabalho igual só teria sido feito em Curitiba, na administração do prefeito Jaime Lerner, cuja implantação comprometeu todos os seus futuros prefeitos, com resultados que estão aí, indesmentíveis, e que servem para revelar a capital do Estado do Paraná como única cidade do Brasil com características urbanas típicas do Primeiro Mundo.

Em Porto Velho, caminhamos para trás, lamentavelmente. Os prefeitos que sucederam a Chiquilito não deram a menor importância ao Plano, deixando-o simplesmente num canto qualquer, de uma sala qualquer, completamente abandonado, por incompetência ou movidos apenas por interesses eleitoreiros e imediatistas.

O resultado do descaso não poderia ser outro. Porto Velho se tornou uma cidade praticamente sem controle, com sua população enfrentando problemas de toda ordem e grandeza. Alguns, aparentemente, insolúveis, exigindo a presença frequente do poder público municipal, que, quando chega para tentar resolvê-los, chega sempre com bastante atraso, realimentando, assim, o elo da interminável cadeia da crise urbana da cidade.

Agora, porém, parece que o prefeito Hildon Chaves resolveu atualizar o Plano. A ideia é dotar a cidade de uma estrutura urbana adequada ao seu espaço natural, respeitando sua paisagem, topografia e condições de clima, evitando, assim, a excessiva e descontrolada expansão da malha urbana, para oferecer à população condições de relativo conforto para habitação, emprego e lazer, mas a proposta vem andando a passos de tartaruga. Muitos são os caciques para poucos índios.

Às portas da sucessão municipal, poucos são os interessados no assunto. Logo, começará o período de caça ao voto do eleitor e a discussão da cidade e seu futuro ficarão para as calendas gregas. Enquanto o novo Plano Diretor não sai do papel, a cidade de Porto Velho continua acéfala no que se refere a desenvolvimento urbano.    

 

 

 

 

 


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