Senador quer taxar as grandes fortunas

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      ColunistaValdemir Caldas

      A necessidade, urgente e inadiável, de um mínimo de consenso nacional a respeito de nossos mais graves problemas e como superá-los vem sendo empurrado com a barriga por muitos com assento no Congresso Nacional. Não é de agora que se ouve falar na possibilidade de taxar as grandes fortunas, mas até hoje a ideia ainda não saiu do campo das boas intenções para tornar-se realidade. Nesse sentido, o então presidente Fernando Henrique Cardoso chegou a ensaiar alguma coisa, mas a proposta acabou adormecida numa dessas gavetas da burocracia oficial.

      Agora chegou a vez de o senador Randolfe Rodrigues (Rede) tentar algo semelhante. Por meio do Projeto de Lei nº. 101/2021, o representante do Amapá quer taxar os patrimônios acima de quatro milhões e meio, com uma alíquota que ficaria entre 0,5% e 5%, conforme a fortuna do contribuinte. O dinheiro seria aplicado em ações e serviços de saúde, mas a proposta tem desagradado a fina flor da esperteza empresarial, a que concentra fortunas incalculáveis em bancos europeus, ou em apartamentos luxuosos em Miami, indiferente à miséria de muitos brasileiros que vegetam na mais abjeta inanição, embora se reconheça que a maioria do empresariado brasileiro é constituída de autênticos heróis, que vem dando plantão na moralidade e no futuro deste país.

      Durante as campanhas eleitorais, políticos enchem a boca para condenar a fome e o desemprego, mas quando têm a chance de criar mecanismos que possibilitem uma distribuição de renda com salários decentes aos cidadãos, o que se vê é exatamente o contrário, com o fisiologismo deitando solto, sobrepondo-se às legitimas aspirações da sociedade. Não se discute a importância do projeto do senador Randolfe, mas duvido que ele dê certo. Não no Brasil.

       (*) Por Valdemir Caldas


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