A corrida começou
No próximo ano, o portovelhense voltará às urnas para escolher prefeito e vereadores. É a oportunidade de que dispõe o eleitor para, por meio do voto seletivo e consciente, corrigir eventuais erros. Oficialmente, ainda não foi dado o tiro de largada, mas, nos bastidores, as articulações e os acordos políticos avançam em ritmo frenético.
No caso especifico da eleição para Câmara Municipal de Porto Velho, muitos são os que se julgam preparados para ocupar uma das vinte e uma cadeiras do parlamento municipal, mas nem todos têm o conhecimento necessário das nuances da função que pretendem pleitear. Alguns não têm a menor ideia do que seja o papel do vereador. Por conta disso, já tem gente prometendo ao eleitor desavisado aquilo que jamais conseguirá cumprir, uma vez eleito.
Aliás, em quase todo o processo social, onde quer que as relações humanas existam, a hipocrisia costuma relevar-se, sendo, com maior desembaraço no período eleitoral. O eleitor preciso ficar atento para não deixar-se seduzir por promessas vãs e palavras que não encontram correspondência na prática de candidatos.
A Câmara Municipal de Porto Velo já acolheu em seus quadros homens da têmpera de Abelardo Castro, Cloter Mota, Antonio Serpa do Amaral, Paulo Struthos e João Bento, apenas para ficar nesses cinco exemplos, mas há outros, de memoráveis lembranças. Foram políticos atuantes e versáteis, respeitados, inclusive, por adversários. Ainda hoje, seus nomes são lembrados, como sinônimos de honradez e de coragem.
Quem não sente falta da oratória e da verve de um Lucindo Quintans, sem dúvida um dos melhores oradores da história do parlamento municipal, à época. E o que dizer, também, da lucidez de análise, da intrepidez e do poder de negociação do ex-vereador Paulo Struthos. Independente de coloração partidária ou ideológica, eles souberam exercer com dignidade e brilhantismo o mandato para o qual foram eleitos.
Aos poucos, porém, esse vazio vem sendo preenchido por parlamentares de atuação politica e conduta ética análogas. Poderia citar vários nomes, mas prefiro não fazê-lo, até para não correr o risco de cometer injustiça, apesar de ainda sermos obrigados a ouvir “caputo” ao invés de “caput”, dentre outras baboseiras do gênero. Erra, pois, quem pensa que o eleitor existe para ser enganado. O povo pode – e muito – quando é posto em brios e lhe é assegurado o espaço democrático do livre exercício da vontade. O desempenho de mandatos vinculados aos anseios da população mostrar-se o melhor cabo eleitoral de qualquer candidato. A corrida começou. E o eleitor precisa ficar de olhos abertos e ouvidos aguçados.
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